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ONU aponta que resfriamento sustentável pode gerar economia de US$ 17 trilhões até 2050

Relatório mundial mostra que soluções eficientes podem reduzir emissões, aliviar redes elétricas e proteger bilhões de pessoas do calor extremo.

 

Demanda por resfriamento cresce e pressiona sistemas elétricos

A necessidade de resfriamento cresce de forma acelerada em todo o mundo. Ondas de calor mais intensas, aumento populacional e maior acesso a aparelhos de ar condicionado impulsionam essa demanda. Segundo o novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o consumo global de energia para resfriamento pode triplicar até 2050, criando forte pressão sobre sistemas elétricos já sobrecarregados.

Além disso, o estudo reforça que o uso atual de refrigeração ainda contribui de maneira significativa para o aumento das emissões de gases de efeito estufa, o que agrava o avanço da crise climática.

Caminho sustentável pode cortar emissões e evitar gastos bilionários

Diante desse cenário, o PNUMA apresenta um “Caminho de Resfriamento Sustentável”, que reúne soluções passivas, equipamentos mais eficientes e sistemas que utilizam menos energia e fluidos menos poluentes. Essa combinação pode reduzir até 64% das emissões previstas para o setor ao longo das próximas décadas.

Além disso, o relatório estima uma economia direta de US$ 17 trilhões em contas de energia até 2050. O estudo também aponta que ações eficientes podem evitar US$ 26 trilhões em investimentos extras em redes elétricas, já que a demanda por eletricidade cairia de forma significativa.

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Oásis Urbano em Belo Horizonte (MG): Foto finalista do concurso internacional de fotografia sobre Transformação Urbana, organizado pela Universidade das Nações Unidas (UNU).
Foto: © UNU/Herman Alexander Lacerda Teixeira.

 

Soluções passivas oferecem resultados rápidos e de baixo custo

O documento destaca que quase dois terços do potencial total de redução de emissões vêm de soluções passivas e de baixo consumo. Entre elas estão práticas como melhorar a ventilação natural, ampliar áreas de sombra, adotar materiais refletivos e aumentar o uso de arquitetura bioclimática.

Essas opções são mais acessíveis e podem ampliar o acesso ao resfriamento para bilhões de pessoas, principalmente em países que enfrentam riscos mais altos de calor extremo.

ONU defende resfriamento como infraestrutura essencial

A diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen, afirma que o resfriamento deve ser tratado como infraestrutura básica, assim como água, energia e saneamento. Segundo ela, a proteção da população diante de temperaturas extremas depende de políticas públicas integradas e de investimentos que promovam eficiência energética e justiça climática.

Ela reforça ainda que, com uma transição rápida para energia limpa, o setor de resfriamento pode operar com uma pegada de carbono próxima de zero, mesmo diante do aumento esperado da demanda.

Transição sustentável pode evitar riscos e salvar vidas

Por fim, o relatório alerta que a falta de ação pode ampliar desigualdades e colocar milhões de pessoas em risco, especialmente em regiões tropicais. Entretanto, ele também mostra que existe tecnologia suficiente para inverter esse cenário. Com soluções integradas, planejamento urbano e investimentos coordenados, o mundo pode reduzir emissões, economizar trilhões de dólares e, ao mesmo tempo, garantir resfriamento seguro para todos.

Fonte: ONU

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