ONU alerta: planos climáticos atuais ainda não bastam — planeta caminha para aquecimento entre 2,3 °C e 2,5 °C
Um novo relatório do PNUMA (Site), divulgado em novembro de 2025, revela que os compromissos climáticos assumidos pelos países até agora não garantem a meta de manter o aquecimento global abaixo de 1,5 °C. Segundo o relatório, mesmo se todos os planos forem totalmente cumpridos — as chamadas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) — a média global de temperatura deve subir entre 2,3 °C e 2,5 °C até o fim do século.
Esse desfecho representa uma leve melhora em relação às previsões do ano passado, que indicavam 2,6–2,8 °C em caso de cumprimento total das metas. No entanto, os próprios autores deixam claro: o progresso foi mínimo e não suficiente para manter os compromissos do Acordo de Paris.
Além disso, o relatório aponta que grande parte dos países ainda não revisou suas metas. Até 30 de setembro de 2025, menos de um terço dos signatários entregou novas NDCs para 2035. Essa lentidão compromete a capacidade global de reagir com a velocidade necessária às mudanças climáticas.
Com a expectativa de chegar a cenários mais seguros — por volta de 2 °C — o PNUMA calcula que será preciso reduzir emissões globais em 25% até 2030 (comparado com 2019). Para almejar a meta mais ambiciosa de 1,5 °C, a queda exigida sobe para 40%.
Segundo a entidade, essas metas agora representam o mínimo necessário para evitar danos irreversíveis. Mas as estimativas indicam que, ao ritmo atual, as políticas vigentes nos países podem levar o aquecimento a até 2,8 °C.
Apesar do cenário preocupante, o relatório ressalta que as soluções técnicas já existem. Energias renováveis (como solar e eólica), eficiência energética e redução de emissões de metano compõem um arsenal de medidas viáveis — se houver vontade política e investimentos imediatos.
Para autoridades da ONU, o alerta é claro: o tempo de ajustar o rumo está se esgotando. Sem cortes profundos e rápidos nas emissões, o mundo tende a ultrapassar os limites seguros e afronta riscos ambientais, econômicos e sociais agravados.
Fonte: ONU Brasil
Foto: © Campanha Aja Agora/Act Now.



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